quinta-feira, 30 de junho de 2011

Quando eu te amei

Quando  te conheci eu te amei,
Quando eu te beijei te desejei,
Quando te toquei me extasiei,
Quando te abracei me entreguei.

De mãos dadas passeando,
De olhos fitos se conhecendo,
De alma limpa se entregando,
Deitados e o dia amanhecendo.

Queria sempre pode estar contigo,
Ser teu amante e teu amigo,
Fazer de meus braços teu abrigo;

Mas partisses para longe de mim,
Talvez porque devesse ser assim,
Uma história de amor que chega ao fim..

terça-feira, 21 de junho de 2011

Amor metade

Como poderia eu de ti escrever,
De tal forma que um infante possa entender?
Se eu em minha brevidade de viver,
Não pude ainda em meus braços te ter?

Como o sol que abraça o céu,
E a noite o esconde para o proteger,
Ou o mar que cobre a terra como um véu,
Quisera eu assim ter-te para entender;

Talvez então pudesse explicar-te à ela,
Que anda na vida sem  consolo à procurar-te,
Para enfim libertá-la de tal solidão;

Mas, como falar, se busco igual a ela,
Alguém, com quem possa enfim completar-te?
E deixe de ser amor metade, em meu coração.

sábado, 18 de junho de 2011

Amor náufrago

Fecho os olhos para ver os seus,
Duas janelas que mostram os céus,
Manto negro machetado de estrelas,
De costas no chão, deito para vê-las;

Enquanto sobre meu peito desliza,
Tua mão suavemente, pele com pele,
Sentido cada pelo meu, que alisa,
Deixo então que na noite se revele;

Meu desejo, teu desejo, de tempos idos,
Como o tempo num relógio antigo,
Desabrochar, feito tempestade, sem abrigo;

Molhando nossos corpos desprotegidos,
Navegando num barco, no meio do mar, 
Naufrangando em beijos, no prazer de amar.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Soneto

Desejo tê-lo com zelo, carinho e desvelos,
Para senti-lo com meus ingênuos dedos,
E então fazê-lo meu com prazer e dores,
Que virão contigo, desejo que me feres;

Não importa o que digam se é castigo,
Posso ser louco, mas só tu és meu amigo,
Não há em outro como em ti um abrigo,
Com teu sorriso, com teu carinho me realizo;

Que me importa o passado ou o que conheci,
Não sofrerei tanto quanto sofri,
Sinto, mas enfrento à todos por ti;

Sei que de nada me esquecerei,
Os dias, as palavras, de tudo eu lembrarei,
E não mais sonharei, pois com você viverei.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Bricadeiras de infâcia

Minha infância era tão recheada de peripécias,
Que me alegro ao nela pensar,
Havia brincadeiras tantas, que faltaria papel para contar;
Mas na escola me lembro de “boto”, ou “pega-pega” brincar,
Dando voltas na escola, ficava zonzo de tanto a rodear,
Divertia-me a valer correndo pra ninguém me pegar;
Também me lembro de “esconde-esconde” me divertir,
É uma lembrança tão boa que hoje me faz sorrir;
Já em casa era outra história, o espaço era pequeno,
Brincava num balanço nos fundos do terreno;
Mas no quintal fazia meu circo chamava os amigos,
Éramos palhaços, e no teatro mendigos;
De casinha também brinquei, era marido e até beijei,
Na escolinha eu reprovei,
Mas lá no quintal, cheguei a ser rei;
No entanto o que mais me traz saudade de verdade,
Eram as brincadeiras na rua, em noite de lua,
Girávamos nas cirandas, passávamos alianças,
De fita, cor e fruta, se tinham muitas crianças;
Rouba bandeira, policia contra ladrão,
Passarás, bolinha de gude e pião,
Mamãe que passo eu dou, e garrafão;
Carrinho de rolimã, de lata de leite,
Infinca, num quadrado, ou num peixe;
Avião, pular corda, contar piada e história,
Era sempre diversão, tempo bom e precioso
Que não volta mais, ah! Não volta mais não!
Boca de forno!cara x! fizesse o que eu fiz?  

 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cuidado de amor

Você entrou em minha vida sorrateiramente,
Como um dia de verão me aquecendo a pele,
Ofuscando meus olhos, com seu brilho ardente,
Como o voo ligeiro de um pequeno anófele;

Deixando apenas a lembrança de sua presença,
Impregnada em meu sangue, e pensamentos;
Me levando ao delirio, não distinguo a diferença,
Da realidade, e confundo todos os momentos;

E em calores trêmulos, seguro em teus braços, 
Bebo de seu nectár doce como se absinto fosse,
Enlaçando-te em meus braços nus, agarro-te;

Presentindo, que com a febre embora fosse,
E ao abrir meus olhos, minha lágrima molha-te,
Pois velaste meu sono, comigo em teus abraços.

sábado, 11 de junho de 2011

Anjo

Espero te encontrar para ter a chance
De dizer tudo o que eu não disse
E assim poder tomar-te em meus braços e
Levar-te para longe de tudo isso
Ser teu anjo protetor e te amar com a minha vida
Porque você me torna puro e me torno anjo
Para te proteger de todos e me proteger de mim
Eu quisera sempre ser anjo, ser o seu anjo
E assim nunca mais chorar sozinho quando
Eu tranco a porta e ninguém  está por perto 
Nem mesmo você para me proteger de mim.
Quisera eu sempre ser anjo
Para nunca mais ter que estar sozinho
E poder estar sempre ao seu lado
E dar todo o meu amor e o meu carinho
Que fica preso dentro de mim me sufocando
Implorando para sair, mas como eu poderia deixar?
Você nem está aqui, eu ainda nem conheço o seu rosto!
Só sinto muito a sua falta, talvez você seja o meu anjo
E você não está aqui para me proteger.

Dias da infância



Um dia pensei na minha mente de criança que ser grande
Bastaria para ser forte;
Pensei que crescendo seria livre para cortar o horizonte que
Cercava-me por todos os lados;
Acreditei que no mundo dos adultos seria respeitado, e que
Minha voz teria vez;
Sonhei eu na minha ingenuidade, que no mundo dos grandes,
Eu poderia fazer tudo que uma criança é impedida de fazer;
Imaginei eu, olhando as nuvens formar desenhos no céu,
Que um dia estaria entre elas, num vôo ligeiro;
Sonhei que seria verdadeiramente feliz com uma vida plena
Realizado com meus feitos grandiosos;
Mas olhando pra minha infância é que percebo que isso tudo
Já era meu;
E que com o passar dos anos tudo foi tirado de mim;
Na minha mente duelava com gigantes, enfrentava cruéis rinocerontes
E em minhas viagens intergalácticas não me limitava o horizonte;
E no meu mundo de criança era respeitado e só me era cobrado o necessário;
E sempre que dizia sim ou não, meu direito era sempre preservado;
Ali na minha infância era rei e senhor do meu dia, pois era feliz e não sabia.

Espera


O tempo não passa
Tudo fica sem graça
Sinto a tua falta
As horas se arrastam
Quantos minutos faltam?
Ah! Esse Ap(e)rtamento!
E essa espera, que tormento!
Sem você vão me matar,
A qualquer momento.

Funeral

Quando a alma cala,
O silencioso som, sombrio;
Perscrutando a alma,
Alcança o coração.

O céu desaparece,
Os astros se apagam,
As flores murcham,
E faz-se natureza morta,
E cessa o fogo do outrora,
Arfante e deslumbrado peito.

Tudo conspira com aquele ato,
De fato, é fatalidade ou
Providencial, o cortejo funeral?

Busca

Eu saio de casa e sigo nas ruas,
O caminho à minha frente,
Não tenho destino certo,
Só quero andar, tentar esquecer,
De tudo que vivemos,
De todos os sentimentos,
Dos desejos, do teu corpo quente,
Em noites frias como esta;
Tudo fica mais triste sem você,
Parece que o peito vai explodir,
Ando por todos os lugares,
Procurando encontrar, a calma,
E o brilho de minh’alma,
Que se foi com o teu olhar.

Ausência

O tempo passou tudo mudou,
Hoje acordou e nem sabe o que sonhou,
Os dias contentes da infância acabaram.
Procurando as palavras a rima já era,
Nem sempre o fim é o que se espera,
E de súbito a surpresa se revela.
Agora já esqueci sobre o que era:
Amor que não acontece, que se esquece;
Paixão que se espera para saciarem-se;
Entre afagos, carinhos, beijos, quem dera!
Mas falo sobre vida, sonhos, carreira, a busca
Revelada, ainda na infância, tão bela!
Que o tempo, a correria, do tudo pronto, nos ofusca.
Olho em volta, tudo continua como o tempo,
Que se arrasta... Na ausência tua...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Despontar do Amor


Minha vida era dia de inverno,
De céu nublado, sem raios de sol,
Com o seu pranto, tênue e terno,
Qual o rio de meus olhos, sob o lençol;

Mas como o canto dos pássaros,
Ao anunciar um dia que não nasceu,
Uma flor em meu coração floresceu,
E desde então meus dias são claros;

Corro com as horas para te encontrar,
E viajar no seu sorriso, no seu olhar...
Num barco à vela rumo ao mar;

Só nós sem o mundo todo a nos separar,
A sintonia perfeita como as ondas do mar,
É a união de nossas almas a se amar.