segunda-feira, 28 de março de 2011

Por quê

Se realmente querias me ver,
por quê não pude então te ver?
Se era real o desejo de rever,
por quê então, não correr e ver?


Pôr na minha retina a tua figura,
E a minha figura em tua retina;
E deixar fluir o que não se segura,
E reconhecer claramente na neblina;


A tua figura e a figura minha,
Assim tão clara, tão pura e alvinha!
Como o sorriso de tua boca na minha;


E fascinar-nos com esse brilho,
Que reflete repetidamente em estribilho,
Disparando nossos corações feito gatilho.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Teu céu


Só um não basta,
Para ter graça,
A graça em ti encontrada,
Que vem e acalma,
A minha alma cansada,
Perdida sem direção,
Alando pelo céu,
Escondido nos teus olhos,
Por trás do véu.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Lágrimas

Se as minhas lágrimas, pudessem construir uma escada, para perto de ti. Eu choraria a cada respirar, para ter-te junto a mim.

O amor

Tantas faces o amor tem, que por mais que se tente descrever, ele acaba não tendo a face de ninguém.

domingo, 20 de março de 2011

Sem palavras

Surpreende quando sutilmente ,
A perene terreal ânsia do querer,
Esvanece-se como bruma a fenecer,
Soprada pelo vento em nossa mente;

Começa-se a raciocinar, ludicamente,
Dando o sonido certo ao coração,
Fazendo-o, interagir com emoção,
Fazendo sumir o desejo lentamente;

Outrora exposto como num texto,
Agora como um sonho sem medo,
Velado por contexto e descontexto;

Eleva-me e põe num alto rochedo,
Precipitando-me sem pretexto ,
Como no despertar de um pesadelo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Não me abandone jamais

No seu olhar encontrei a paz,
Que há tanto tempo sonhei;
E no teu sorriso a felicidade,
Contagiou-me por completo;
A alegria reinava em nós,
Como o azul colore o céu;
E à nossa volta tudo era amor.
Um amor tão claro e sereno,
Que resplandecia pelos campos,
Onde te deitava em meus braços;
E juntos olhávamos as nuvens no céu;
E como uma nuvem que passa ligeira,
Soprada pelo vento leve,
Você se foi da minha vida,
Deixando-me só na escuridão.


E eu com meu coração doído,
Ainda posso te ouvir dizer,
No farfalhar das árvores,
Com seu jeito encantador de ser,
Como uma ave sozinha no céu,
Como uma onda beijando a praia,
Como as lágrimas a deitar em minha face...
Não me abandone jamais.

terça-feira, 15 de março de 2011

Nós combinamos como um sorriso e um olhar ( Para Ana )

É assim inexplicável um sorriso e um olhar
Um frente ao outro qual a encosta e o mar
Suaves como a brisa do outono a passar
Nós combinamos num sorriso, num olhar

Somos nós a harmonia dos oceanos
Que não se desfaz no passar dos anos
Nascemos um para o outro, nos amando
Desconhecidos, estávamos nos esperando

Você e eu vivíamos sempre a nos procurar
Convivendo com os conflitos da vida à sós
Acreditando que iríamos nos encontrar

Enfim você e eu agora no mesmo lugar
E mesmo sendo ainda dois estranhos, nós
Combinávamos como um sorriso e um olhar

sexta-feira, 11 de março de 2011

Abraço (Pensando em meu pai)


Hoje me refletindo no espelho
Pude ver-me nos dias idos.
E percebi que não sou o que fui
Cresci mais do que imaginei
E, no entanto ainda...
Sinto a sua falta!
Lembrei de quando corri e
Furtivamente roubei-lhe
Um abraço, o qual no fim
Não pude te dar!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Cumplicidade

Sempre que ele estava triste
O céu parecia partilhar de sua dor,
Pois inexplicavelmente chovia.
Às vezes era uma chuva leve e fina,
Já outras chegava a assustar
Com seus relâmpagos e trovões.
Mas, o mais estranho,
Que não é de se estranhar,
É que ninguém percebia
Que chovia quando ele chorava.

terça-feira, 8 de março de 2011

Silêncio

O tempo não apaga,
O que a alma cala;
O desejo refletido nos olhos,
Do ser que nos contempla;
Outrora vivído plenamente,
Agora atado à fortes correntes;
Lembrado em momentos de solidão,
Deitado na cama de olhos fitos no teto;
E o coração em pleno passado:
Teu corpo junto ao meu,
Tua mão segurando a minha, tão forte...,
Seu cheiro, seu calor,
Seus sussurros em meus ouvidos,
Seus lábios tão macios...
Que me despertam, no desejo de te amar.

sábado, 5 de março de 2011

Luto (por um amigo)

Não há como compreender
Essa fragilidade do ser
Seres pensantes entender
Ah! É Cruel só pode ser!

Sim porque porcelanatos
De barro cru ou cozido
Formado do pó muído
Da terra excrementos

Como a erva do campo
Como a flor a murchar
O tempo nos ponteiros vai

Esse nosso mísero corpo
Capaz de no universo voar
Simplesmente assim se esvai.

quinta-feira, 3 de março de 2011

A Luva

Eu te sinto e me sinto na chuva
Como um misto de horror e ternura
O que imagino saindo da luva
Que me toca e me sente com ternura

Caem as lágrimas dos olhos e não me importo
E gotas do céu que se confundem no meu rosto
Às vezes gotas de chuva, outras, lágrimas
E os outros não percebem as tormentas

É sempre solitário andar sob a chuva
Ninguém se importa se tremo com o vento
Ou com a água doce, e salgada num momento

Não ligo eu te sinto no toque da chuva
Em minhas lágrimas e na brisa do vento
É na tortura que sinto ao tirares a luva.