terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Revelação

Passei tanto tempo olhando as paisagens pelas janelas,
Passei tantas horas deitado sob o céu estrelado,
Passei muito tempo olhando as pessoas nos olhos...
E vi tantas árvores, diversas flores, e tanta vida,
Pude ver tantas estrelas cadentes, tanto brilho,
E tantos sonhos, sorrisos, desejos, sentimentos, amor...
A cada dia que passava sentia-me pleno, grande, e tão feliz,
Por poder contemplar tanta beleza e tanta felicidade,
Mas em meio a tantas janelas que fiquei por trás
Esqueci por tanto olhar em volta e para tantos em minha volta
De me olhar, de me ver, de me enxergar,
E no meu quarto pude ver no espelho
Ali trancado, sozinho alguém que eu não conhecia
Estarrecido, olhei, olhei, olhei procurando o menino
Aquele por quem me conhecia e que não estava ali
O ser tão bom, tão ingênuo, tão puro, tão frágil
Mas não achei deparei-me apenas com um rosto austero
Assustado, marchetado de pequenas marcas do tempo
Com pêlos serrados enfeitando-o ainda mais.
E sozinho num mundo que me iludia eu chorei
Chorei por não ter visto a minha vida passar
Por não ter percebido que olhando as cenas nas janelas
Elas nunca me deixaram ver que eu crescia
E o homem que eu me tornava.
Chorei por que meus olhos não viram a solidão chegar
Junto com os anos da minha vida que hoje tenho
E que vejo no reflexo dos meus olhos... No espelho.

2 comentários:

  1. Obrigado pela visita, seu blog me inspirou e isso é tudo que posso dizer em relação a ele! seus textos são maravilhosos que DEUS te abençõe...

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  2. Gostei muito deste texto, me identifiquei, parabéns pelo talento, não o enterre, que Deus te abençoe meu mano.

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